Aguinha quebra o silêncio após condenação
Com exclusividade, Aguinha conversou brevemente com a reportagem do Portal O Vale do Apodi ao deixar o Fórum Desembargador Newton Pinto, logo após tomar ciência da sentença.

Com apenas 20 anos de idade, Alcymario de Lima Monteiro – conhecido como Aguinha – foi condenado a uma pena de 23 anos de reclusão, que será cumprida inicialmente em regime fechado no Sistema Prisional do Rio Grande do Norte. Atualmente, ele está custodiado na Cadeia Pública de Mossoró, mas com a sentença proferida, será transferido para o Complexo Penal Agrícola Dr. Mário Negócio, unidade destinada a presos sentenciados.
Com exclusividade, Aguinha conversou brevemente com a reportagem do Portal O Vale do Apodi ao deixar o Fórum Desembargador Newton Pinto, logo após tomar ciência da sentença. Aguinha, que estudou apenas até a 6ª série e sonhava ser jogador de futebol, viu sua trajetória mudar drasticamente e seu futuro ser interrompido por trás das grades. Confira a entrevista:
O VALE DO APODI – Quem é o Aguinha por trás do nome que todos temem?
AGUINHA – O povo pensa que eu sou um monstro, mas não sou essa pessoa que eles imaginam. Sou tranquilo. Estão me acusando de muitas coisas que não fiz. Todo crime que acontecia em Apodi e região diziam que era eu. Já faz mais de um ano que estou preso e os crimes continuam do mesmo jeito.
O VALE DO APODI – Como começou sua ligação com o mundo do crime?
AGUINHA – Foi através do meu primo, Júnior Caboco.
O VALE DO APODI – Quantas mortes você admite ter participado?
AGUINHA – Nenhuma. Muita coisa colocam na minha conta, mas eu não matei ninguém.
O VALE DO APODI – Quais eram os lugares que você frequentava em Apodi?
AGUINHA – Quando eu estava em Apodi, vivia no Sítio Caboco, na casa da mãe de Júnior e outros amigos no Vale do Apodi.
O VALE DO APODI – Comenta-se que Júnior Caboco foi assassinado em uma favela do Rio de Janeiro. Você confirma essa informação?
AGUINHA – Não estou sabendo disso, não. Estou preso e fico distante de tudo. Mas, se isso tivesse acontecido, minha família teria me contado.
O VALE DO APODI – Alguma vítima te marcou?
AGUINHA – (Baixou a cabeça e permaneceu em silêncio.)
O VALE DO APODI – Como funciona o “tribunal do crime” Você se arrepende?
AGUINHA – (Não respondeu.)
O VALE DO APODI – Você está afastado do mundo do crime?
AGUINHA – Estou preso há mais de um ano. Estou longe de tudo e de todos.
O VALE DO APODI – Você tem medo de ser morto?
AGUINHA – Tenho sim. Existe muita covardia, principalmente dentro da prisão.
O VALE DO APODI – O que você diria hoje a um jovem que está sendo cooptado ppor alguma organização criminosa?
AGUINHA – (Silenciou.)
O VALE DO APODI – Como recebeu a sentença de 23 anos de prisão?
AGUINHA – Fiquei bastante abalado. Vinte e três anos de cadeia por um crime que não cometi. Espero que minha defesa recorra, para que eu não pague pelo que não fiz.